Ciclo de Seminários PET - Filosofia


Por técnica comumente se entende a possibilidade humana de transformar a natureza segundo um fim que o próprio homem se coloca. O que entendemos hoje por ciência constitui uma modalidade técnica de relação do homem com a natureza; outra é o que entendemos por arte. Por isso, questionar a técnica significa perguntar pelo fundamento que orienta o principal discurso que se impõe a nós como normativo de nosso cotidiano (ciência) assim como pelo fundamento daquele que parece envolver a suspensão dessa normatividade (arte).
Por outro lado, a técnica também foi e é tomada como instância social autônoma, que exibe como resultado a produção dos próprios homens como seres inscritos em um universo cujos fins lhes são alheios. Ao invés de ser a extensão humana do processo natural, como a define Aristóteles, a técnica, nesta segunda acepção, torna-se segunda natureza e motor da desumanização do próprio homem. Marry Shelley personificou em Frankstein este aviltamento do homem pela sociedade científica e tecnológica, convertendo o que era visto como perspectiva subjetiva de interpretação da natureza (a técnica, como a viu Kant) em natureza monstruosa que ameaça a humanidade.
O estudo dessas diferentes posições tem por objetivo elucidar os pressupostos fundamentais da técnica hoje vigente na forma da tecnologia, inclusive através de sua relativização a outras perspectivas contemporâneas sobre a técnica (técnica artística, técnica psicanalítica).

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